Conta-se que um jovem estava se afogando quando foi salvo por outro. O pai do jovem salvo, por ser uma pessoa de posses, ofereceu dinheiro ao pai do nosso herói, mas ele recusou. Por ter salvo a vida do seu filho ele insistiu e mudou sua oferta: ofereceu-se para custear os estudos do jovem. O pai do herói era um humilde camponês, mas com grande visão de futuro e sabia o verdadeiro tesouro que lhe fora ofertado. Assim sendo, ele prontamente aceitou.
Os dois jovens cresceram e cada um tomou seu rumo profissional. Porém, o destino lhes reservara um novo encontro: o jovem que foi salvo transformou-se num político, mais do que isso, num estadista: Winston Churchill. Que, numa missão na Tunísia, contraiu uma séria infecção e só conseguiu sobreviver porque anos atrás seu pai custeou os estudos de um jovem que salvou quando nadava num rio na Escócia. Esse jovem era Alexander Fleming, que estudou Medicina e foi o descobridor da penicilina, que foi dada a Churchill. Assim, foi salvo pela segunda vez pela mesma pessoa.
Alguns dizem que essa história é improcedente, outros não. Contudo, a única certeza que temos é que a Educação tem esse poder transformador de salvar vidas, literalmente, no duplo sentido. Lembremos Victor Hugo: “Quem abre uma escola, fecha uma prisão”.
Quem freqüenta os bancos escolares tem o poder de forjar seu próprio destino, pois, dentro do princípio do livre arbítrio, pode escolher uma profissão digna e muitas vezes intervir no presente e moldar o futuro de uma nação, não caindo assim nas mãos nefastas do submundo do crime, da prostituição e do tráfico, que roubam para se como imperdoáveis predadores, a infância e a adolescência de milhares de jovens brasileiros.
Na área da Educação, os problemas são antigos. Entra e sai governo e, vejamos: somos ainda um contingente formado por 70% de analfabetos funcionais, os que sabem ler mas não interpretar um texto; apresentamos ainda as piores colocações em exames internacionais de Ciências e matemática, estando abaixo de países africanos e, o que é pior, se a Educação vai mal perdemos a competitividade fora e dentro de nosso próprio país. Hoje, uma considerável porcentagem dos nossos melhores empregos, na área da Ciência e Tecnologia, já são ocupados por mão de obra estrangeira.
A característica essencial de um jovem que foi salvo num rio, certa vez, era pensar nas próximas gerações e não nas próximas eleições, traço marcante de um estadista. Portanto, homens e mulheres que foram eleitos neste País, e os que serão, têm o dever de esforçarem-se a fim de produzir políticas educacionais menos míopes e com mais visão de futuro, focadas na valorização salarial do professor e em sólidos planos decenais de Educação que contemplem as próximas gerações com possibilidades de resultados mais eficazes. Isto, não somente para banir as tristes estatísticas internacionais que nos envergonham mas, principalmente, para não colocar em risco nosso desenvolvimento econômico e social. Aí, sim, teremos muito a comemorar no Dia do Professor.
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